O Athletico Paranaense costuma ser uma equipe muito forte dentro da Arena da Baixada. Tal capacidade dos rubro-negros se sublinhou numa semifinal de Libertadores, com a vitória que quebra a invencibilidade do Palmeiras e bota em xeque a hegemonia do atual bicampeão no torneio continental. O Furacão construiu o triunfo por 1 a 0 dentro de casa, uma boa vantagem antes do reencontro no Allianz Parque. A superioridade athleticana ficou mais clara durante o primeiro tempo, quando o time criou as melhores chances e marcou o gol com Alex Santana. Já na segunda etapa, prevaleceu a conhecida força da equipe na marcação, sobretudo depois da expulsão de Hugo Moura. Um empate separa os paranaenses de uma decisão do torneio após 17 anos. Os palmeirenses, que ficaram devendo na ida, precisarão de uma resposta bem mais contundente em São Paulo.

O Athletico Paranaense entrou em campo com a opção de Vitor Roque no ataque, com o apoio de Vitinho e Canobbio. Já no meio fechavam Fernandinho, Hugo Moura e Alex Santana. Bento era o goleiro, com a zaga formada por Khellven, Thiago Heleno, Pedro Henrique e Abner. Sem os suspensos Danilo e Gustavo Scarpa, o Palmeiras entrou em campo com Gabriel Menino e Flaco López nas vagas. A equipe tinha também Zé Rafael e Raphael Veiga para compor o meio, além das presenças de Rony e Dudu nas pontas. A defesa, sem novidades, trazia Gustavo Gómez e Murilo na zaga, Marcos Rocha e Piquerez nas laterais, além de Weverton no gol.

O Palmeiras tinha um pouco mais de presença ofensiva nos primeiros minutos. Poderia ter saído em vantagem aos cinco, mas Flaco López desperdiçou grande chance. Numa bola recuperada pelo atacante, ele tabelou com Dudu e recebeu em ótimas condições dentro da área. Tentou tirar de Bento e mandou ao lado da trave. Era o tipo de erro que poderia custar caro, pela maneira como o Furacão se soltou e começou a buscar jogadas pelos lados do campo. Os palmeirenses precisavam recuar mais, mas também ganhavam os contra-ataques.

A partir dos dez minutos, o Athletico começou a entrar mais na área do Palmeiras. Buscava os cruzamentos e quase deu sorte aos 14, num lance de Hugo Moura pela linha de fundo. Gustavo Gómez tentou cortar o passe e só não fez contra porque Weverton operou um milagre. O Furacão tinha mais a bola e ganhava escanteios para jogar na área, sem sucesso. Quando Vitinho conectou a cabeçada, mandou por cima. Por mais que os alviverdes tivessem seus escapes, o jogo athleticano era mais maduro. O gol veio aos 23, num lance brigado na área. Após o cruzamento, Vitor Roque ganhou de Murilo na segunda bola e bateu mascado para o meio da área. Alex Santana apareceu na pequena área e foi rápido para definir.

Não viria uma resposta imediata do Palmeiras. Pelo contrário, o Athletico continuou acertando mais seu jogo na sequência do duelo. Os rubro-negros continuavam com mais capacidade no avanço pelos lados, enquanto a defesa continha as tentativas palmeirenses. O encaixe defensivo dos rubro-negros era muito bom, por mais que os adversários tivessem alguma velocidade pela direita, com Dudu. Abner fazia um papel impecável na contenção. Os alviverdes só voltaram a ameaçar depois dos 42, numa cabeçada de Flaco López para fora. Foi um primeiro tempo abaixo da equipe de Abel Ferreira.

O Palmeiras retomou o segundo tempo no campo de ataque. Assustou logo no primeiro minuto, numa batida para fora de Gabriel Menino. Entretanto, uma má notícia veio com a lesão de Raphael Veiga, substituído por Bruno Tabata. Os alviverdes ficavam mais no campo de ataque, mas sem tanta qualidade na criação diante da compacta marcação do Athletico. As melhores tentativas da equipe vinham nas bolas alçadas. Entretanto, o Furacão incomodava pela maneira como acelerava logo depois de recuperar a posse. Era um jogo estudado, mas aberto para qualquer lado marcar o próximo gol.

Algumas faltas e cartões passaram a acontecer com mais frequência, com um time parando os contragolpes do outro. O Palmeiras acionou seu banco mais uma vez aos 19, com Wesley no posto de Flaco López. E a situação piorou para o Athletico por uma bobeira imensa de Hugo Moura. O meio-campista botou a mão na bola de maneira infantil após cair na intermediária, esperando uma falta, e tomou o segundo amarelo. Com um a menos, o Furacão se via mais acuado. O jogo ficava quente, com mais reclamações, e Felipão também seria expulso numa confusão à beira do campo.

Como era de se esperar, o jogo se ditava no campo de ataque do Palmeiras. Os alviverdes tentavam encontrar alguma brecha, mas o repertório acabava limitado aos cruzamentos. Quando Rony conseguiu conectar de calcanhar, Bento fez boa defesa no canto. O Athletico ainda teria um contra-ataque aos 37, com Vitinho batendo para fora. De qualquer maneira, a partida se via mais fechada que em outros momentos da noite. Aos 39, um caminhão de mudanças. Os palmeirenses ganharam Mayke, Atuesta e Navarro, enquanto Pablo, Cuello e Rômulo eram novidades athleticanas. Mas a tensão crescente parecia atravancar o duelo. Erick ainda entrou nos paranaenses, no lugar de Alex Santana.

A arbitragem deu oito minutos de acréscimos, uma sobrevida e tanto para o Palmeiras. Todavia, a equipe não encontrava uma solução para furar a marcação do Athletico. Os chutes de média distância não assustavam Bento, muito firme sempre que precisou intervir. Além disso, a zaga rubro-negra se via sempre inteira para disputar (e ganhar) as jogadas pelo alto. O Furacão queria gastar o tempo, como foi na substituição de Fernandinho para a entrada de Léo Citadini aos 51. Só então veio uma chance real aos palestrinos, em cabeçada de Gustavo Gómez que foi no meio do gol e parou no inabalável Bento. Sem que a bola realmente rolasse depois disso, a torcida paranaense poderia comemorar ao apito final.

O resultado é excelente para o Athletico, sem dúvidas. O time apresentou parte de seu repertório ofensivo para encarar o Palmeiras no primeiro tempo e se segurou atrás na segunda etapa, até pelas circunstâncias geradas pela expulsão. Já o Palmeiras apresentou um futebol de poucas conexões e raras ideias para furar o bloqueio athleticano. Tirando o lance inicial de Flaco López, os alviverdes não criaram tantas oportunidades claras. Precisará acontecer mais uma superação dos palmeirenses no Allianz Parque.

Por Leandro Stein na Trivela



Fonte: Trivela....from Trivela https://ift.tt/Ol46qGo
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