Os jogadores brasileiros de Shakhtar Donetsk e Dynamo Kiev, bem como seus familiares, concluíram neste domingo a viagem para deixar a Ucrânia. O grupo permaneceu isolado num hotel de Kiev durante os primeiros dias de conflito e gerou grande mobilização, através dos pedidos de apoio. Os atletas chegaram até a fronteira com a Moldávia através de um trem e alguns partiram à Romênia, onde receberam apoio da federação local, que forneceu o ônibus da própria seleção romena para o transporte até Bucareste. Na capital, parte das famílias iniciou o retorno ao Brasil.

A viagem dos atletas de Shakhtar e Dynamo começou de carro. O grupo deixou o hotel em um comboio de carros, nos quais os passageiros tentavam sinalizar que eram brasileiros. Chegaram até a estação de trem em Kiev, onde embarcaram num veículo disponibilizado pelo Itamaraty, em logística de escolta organizada por Uefa e federação ucraniana. Depois seguiram até a cidade de Chernivtsi, no sudoeste do país, próxima às fronteiras com Romênia e Moldávia. De ônibus, os jogadores entraram em território moldavo e uma parcela seguiu para a capital romena. A divisão ocorreu no intuito de pegarem os voos e iniciarem suas viagens de volta ao Brasil. Entre os jogadores está Junior Moraes, que, por ser naturalizado ucraniano, corria o risco de ser convocado ao front.

Segundo informações do jornalista Emanuel Rosu, o próprio presidente da federação romena, Razvan Burleanu, esteve presente para receber os jogadores brasileiros e seus familiares na fronteira da Romênia. Ao todo, 42 pessoas foram transportadas da região para Bucareste. Na capital, os atletas puderam passar a noite no próprio CT da seleção. Depois, eles se encontraram com o romeno Mircea Lucescu, atual treinador do Dynamo e de longa história no Shakhtar Donetsk. Parte dos brasileiros já pegou voos de volta para o Brasil.

Embora o grupo de jogadores de Shakhtar e Dynamo fosse o mais numeroso, outros atletas brasileiros na Ucrânia ainda tentam deixar o país. Jogadores de Vorskla Poltava, Metalist 1925 e Zorya Luhansk buscavam uma solução na região oeste do país, em Lviv, para cruzar a fronteira com a Polônia – embora, com o fluxo de pessoas barrado, eles não tenham conseguido entrar no país vizinho durante as primeiras tentativas. Já em Kiev, atletas de futsal do SkyUp permaneciam no bunker do hotel, enquanto aguardavam o sinal verde da embaixada brasileira para saírem da cidade. O jornalista Gustavo Hofman tem realizado um acompanhamento diário da situação. Na atualização mais recente, seis jogadores e seus familiares tentariam cruzar a fronteira com a Polônia nesta segunda.

Por fim, vale mencionar o grupo Frente Brazucra, que realiza a arrecadação de fundos para tirar os brasileiros da Ucrânia. O financiamento coletivo serve para viabilizar o transporte, doar alimentos e outros itens de necessidade básica, assim como ajudar aqueles que estejam abrigando refugiados.



Fonte: Trivela....from Trivela https://ift.tt/Czleu8p
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