Paolo Maldini não gostaria de deixar San Siro para trás, e tem razão ao dizer que poucas pessoas no mundo têm mais boas lembranças no local do que ele, mas transferir o Milan a um novo estádio é uma necessidade se o clube quiser retornar ao primeiro patamar do futebol europeu.

Em 21 de dezembro, Milan e Internazionale anunciaram o projeto vencedor para a construção da sua nova casa. A Populous, responsável pelo Tottenham Stadium, o Wembley e o Yankee Stadium de Nova York, tocará as obras ao lado do atual San Siro. O novo templo do futebol em Milão será chamado de A Catedral, inspirado no Duomo e na galeria Vittorio Emanuele, os dois pontos turísticos mais marcantes da cidade.

“Meu pai jogou lá, eu joguei lá, meu filho joga lá. Tem sido minha casa”, afirmou o diretor técnico do Milan ao Sette, suplemento semanal do Corrierre della Sera. “Se estamos falando sobre memórias, quem sentiria mais uma mudança como essa do que eu? Se quisermos que Milan e Inter retornem aos primeiros patamares do futebol europeu, que escrevam páginas tão bonitas quanto as do San Siro, precisamos ter um novo estádio. Não há alternativa. Não é uma opinião, é uma certeza. Não quero apagar o passado. É que gosto de olhar para a frente”.

Maldini retornou ao clube em um papel administrativo em 2018 e conta que, no começo, não sabia o que estava fazendo. Não se sentia útil e não entendia essa parte do trabalho. “Eu não entendia o que estava fazendo lá. Eu preciso me sentir protagonista”, admitiu. Havia aceitado o convite de Leonardo e ficou espantado quando ele anunciou que sairia para o Paris Saint-Germain. Por outro lado, abriu espaço para que ele tivesse mais autonomia.

“O que você está dizendo Leo, foi minha resposta. Eu me senti perdido. Mas, honestamente, logo em seguida, também tive a sensação de estar tranquilo pela primeira vez. Estava de volta à situação em que não havia ninguém para me proteger. O que eu sempre procurei. Sou muito grato ao Leonardo. Meu aprendizado com ele foi fundamental. Conversamos sempre”, disse.

Como diretor do PSG, Leonardo ajudou a atrair Gianluigi Donnarumma, jovem e espetacular goleiro que decidiu sair do Milan ao fim do seu contrato. “Gigio é uma grande pessoa, cheia de emoções. Eu acredito que no mundo ideal a única motivação para um jogador de futebol deveria ser a paixão. Mas se o seu objetivo é obter redenção social e dinheiro para dar à sua família, que apertou os cintos por você na sua infância, bom, isso também é uma motivação”, afirmou.

“Ser compreendido e respeitado. Alcançar certos resultados e certa estatura como jogador, motivações esportivas são fundamentais. Pode acontecer que a necessidade de um jogador não corresponde às do clube. Há os que podem esperar, e há os que estão com pressa. Não posso julgar certas escolhas”, completou.

Durante mais de 20 anos, o jogador Maldini não defendeu nenhum clube além do Milan. E o dirigente Maldini? “Esse trabalho, ou eu o faço no Milan ou não o faço. Talvez no exterior, mas honestamente, eu teria que pensar. Estou feliz por ter tido esta oportunidade. Porque eu sei que, se não tivesse aceitado, eu sempre me arrependeria de não ter tentado. Esse é outro motivo pelo qual não tenho medo do futuro”, encerrou.



Fonte: Trivela....from Trivela https://ift.tt/3eCRhAq
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