Feliz ano novo, pessoal! Com o fim do primeiro turno da Serie A 2021-22 e a pausa do campeonato, publicamos a nossa tradicional avaliação do rendimento das equipes que disputam a competição. Nosso balanço está dividido em duas partes, como de costume. Na terça, analisamos os times posicionados na metade inferior da tabela e agora falaremos sobre os 10 melhores.

O destaque fica por conta da briga pelo scudetto, como não poderia deixar de ser. Embora a Inter esteja bem cotada para garantir o bicampeonato, Milan, Napoli e Atalanta também fazem boa figura e completam o G4. Juventus e Lazio decepcionam, ao passo que Fiorentina, Empoli e Bologna mostram bons atributos. Já a torcida da Roma se pergunta: o copo está meio cheio ou meio vazio? Confira os nosso pitacos!

Bologna

Arnautovic, do Bologna (Foto: Jonathan Moscrop/Getty Images/One Football)

10ª posição. 19 jogos, 27 pontos. 8 vitórias, 3 empates, 8 derrotas. 27 gols marcados, 31 sofridos.
Time-base: Skorupski; Soumaoro (Bonifazi), Medel, Theate; De Silvestri (Skov Olsen, Orsolini), Domínguez, Svanberg, Hickey; Soriano, Barrow; Arnautovic.
Treinador: Sinisa Mihajlovic
Destaque: Marko Arnautovic, atacante
Artilheiro: Marko Arnautovic, com 6 gols
Garçons: Nicolás Domínguez e Musa Barrow, com 3 assistências
Decepção: Sydney van Hooijdonk, atacante
Expectativa: Meio da tabela

Na quarta temporada de sua segunda passagem pelo Bologna, Mihajlovic vai conseguindo um ótimo aproveitamento – de 47,4%, inferior apenas aos 58,8% do ano inaugural da gestão. O principal mérito do treinador em 2021/22 foi encontrar uma forma de jogar que expusesse menos a defesa, facilmente vazada no biênio anterior. Na atual Serie A, os rossoblù conseguiram manter as suas redes intactas em sete rodadas. Ou seja, garantiram clean sheets em aproximadamente 37% de seus compromissos.

A troca do 4-2-3-1 pelo 3-4-2-1 recuperou Medel, que tem feito um bom campeonato como zagueiro central, mais dedicado à sobra, enquanto o elétrico Theate sai para caçar. À frente do chileno, os técnicos Domínguez e Svanberg ganharam mais liberdade para criarem e efetuarem linhas de passe com os atacantes, o que manteve a característica ofensiva do Bologna mesmo com um meia a menos em campo. Dessa forma, os felsinei só passaram em branco em quatro partidas e conseguiram vitórias importantes, como contra Lazio, Roma e Sassuolo.

É preciso destacar ainda como Arnautovic se encaixou bem no time bolonhês. O austríaco chegou celebrado pela torcida, mas houve quem achasse os festejos exagerados. No fim das contas, o camisa 9 está justificando o investimento através dos gols marcados e, principalmente, do peso ofensivo que proporciona através do trabalho de pivô ou do feeling que desenvolveu com Barrow. É difícil acreditar que o Bologna consiga uma vaga em competições europeias, porém a equipe rossoblù promete lutar até o fim.

Empoli

Pinamonti, do Empoli (Foto: Gabriele Maltinti/Getty Images/One Football)

9ª posição. 19 jogos, 27 pontos. 8 vitórias, 3 empates, 8 derrotas. 30 gols marcados, 34 sofridos.
Time-base: Vicario; Stojanovic, Romagnoli (Ismajli), Luperto (Tonelli, Viti), Marchizza (Parisi); Zurkowski (Stulac), Ricci, Haas (Bandinelli); Henderson (Bajrami); Cutrone (Di Francesco), Pinamonti.
Treinador: Aurelio Andreazzoli
Destaque: Andrea Pinamonti, atacante
Artilheiro: Andrea Pinamonti, com 7 gols
Garçons: Quatro jogadores, com 2 assistências
Decepção: Lorenzo Tonelli, zagueiro
Expectativa: Meio da tabela

No guia que preparamos no início da temporada, afirmamos que não seria surpresa se o Empoli permanecesse na elite. Pois bem, com metade do campeonato transcorrido, os azzurri já estão próximos do objetivo e ainda têm a expectativa de repetirem o melhor resultado de sua história na Serie A – o sétimo lugar de 2006/07. É difícil, mas não é impossível.

O salto de qualidade pode acontecer se, além de o time manter o ritmo, dois jogadores tiverem um rendimento superior ao do primeiro turno. A começar por Cutrone, que não consegue ter uma sequência positiva desde que deixou o Milan, em 2019 – e, no atual campeonato, tem rendimento bem inferior ao de Pinamonti, colega de setor. O outro é o habilidoso Bajrami. Apesar de ter criado 31 ocasiões de gol e ter contribuído com duas assistências e quatro tentos, o camisa 10 oscilou na metade inicial da temporada e chegou a perder espaço para Henderson, Bandinelli e Zurkowski, que tiveram bom desempenho.

O meio-campo, aliás, é o ponto forte do time de Andreazzoli e o cerne da ótima campanha azzurra. O treinador se beneficiou de o Empoli privilegiar um padrão tático adotado desde os tempos em que Sarri comandou a equipe, entre 2012 e 2015. Quase todos os técnicos dos toscanos, desde então, escalam o onze inicial no 4-3-1-2, pedindo velocidade na troca de passes e atenção à posse de bola. Esse modelo também é aplicado na frutífera base do clube, que revela jogadores de boa qualidade técnica e que se adaptam rapidamente às demandas do elenco profissional. O grande exemplo da temporada é Ricci, que tem apenas 20 anos e já é o diretor da orquestra.

Lazio

Immobile, da Lazio (Foto: Imago / One Football)

8ª posição. 19 jogos, 31 pontos. 9 vitórias, 4 empates, 6 derrotas. 39 gols marcados, 34 sofridos.
Time-base: Reina; Marusic (Lazzari), Luiz Felipe, Acerbi, Hysaj; Milinkovic-Savic, Cataldi (Lucas Leiva), Luis Alberto (Basic); Felipe Anderson, Immobile, Pedro.
Treinador: Maurizio Sarri
Destaque: Ciro Immobile, atacante
Artilheiro: Ciro Immobile, com 13 gols
Garçons: Luis Alberto e Sergej Milinkovic-Savic, com 6 assistências
Decepção: Manuel Lazzari, lateral-direito
Expectativa: Vaga na Liga Europa

Em agosto, antes de a temporada começar, levantamos motivos que poderiam fazer com que Sarri encontrasse dificuldades na Lazio. A necessidade de adaptar ao 4-3-3 um elenco que, há mais de cinco anos, jogava num 3-5-2, era uma delas. Isso fez, por exemplo, o agudo Lazzari perder a posição para Marusic. Lucas Leiva, menos dinâmico do que Cataldi, também começou a frequentar o banco de reservas. Essas opções do treinador não geraram efeito positivo.

Sarri ainda começou a acreditar que, se Milinkovic-Savic e Luis Alberto estivessem juntos em campo, a filosofia de futebol que preconiza não seria posta em prática em sua plenitude. Assim, passou a deixar o espanhol no banco com frequência, promovendo Basic ao onze inicial. Enquanto o camisa 10 é um dos líderes em assistências, com seis, tem três gols marcados e criou 23 ocasiões claras para colegas, o croata apenas proporcionou duas oportunidades – ambas terminadas nas redes. A disparidade entre o desempenho dos dois é enorme e revela que, por capricho, o técnico está suprimindo o potencial da equipe.

A Lazio de 2021/22 mostra que os números, se torturados, podem dizer o que for mais adequado para a situação. Fanáticos por planilhas poderiam exaltar os seguintes fatos: os biancocelestes têm o terceiro melhor ataque da Serie A, a maior média de posse de bola e o segundo maior número de gols criados a partir de jogadas trabalhadas. Por outro lado, vale não esquecer de atentar que o time depende muito de Immobile, autor de um terço dos seus tentos, e que a defesa laziale é a sexta mais vazada do certame. Além disso, a equipe venceu somente três dos confrontos diretos (contra Roma, Inter e Fiorentina, no início da campanha).

Fiorentina

Dusan Vlahovic, da Fiorentina (Gabriele Maltinti/Getty Images / OneFootball)

7ª posição. 19 jogos, 32 pontos. 10 vitórias, 2 empates, 7 derrotas. 34 gols marcados, 25 sofridos.
Time-base: Terracciano; Odriozola (Venuti), Milenkovic, Martínez Quarta (Igor), Biraghi; Bonaventura, Torreira, Duncan (Castrovilli); Callejón (Sottil), Vlahovic, González (Saponara).
Treinador: Vincenzo Italiano
Destaque: Dusan Vlahovic, atacante
Artilheiro: Dusan Vlahovic, com 16 gols
Garçom: Nico González, com 3 assistências
Decepção: Erick Pulgar, meio-campista
Expectativa: Vaga na Liga Europa

Símbolo da cidade do Renascimento, a Fiorentina ressurge. A torcida acreditava que Italiano iria tornar a equipe mais competitiva depois de um tempo de trabalho, mas o ótimo treinador – que já se destacara no Spezia – gerou impacto imediato e colocou os gigliati na briga por uma vaga europeia. Com um elenco reforçado apenas pontualmente, o técnico conseguiu aproveitamento de 56,1% no primeiro turno. A Viola não atinge tal desempenho ao fim de uma Serie A desde 2015/16, quando foi quinta colocada.

A equipe de Italiano gosta de ter a posse de bola e, para tê-la pelo maior tempo possível, marca alto e por pressão. Nesse sentido, a aquisição de Torreira foi muito acertada e é possível entender porque o uruguaio tomou o lugar de Pulgar, mais criador, no onze inicial – adequado ao esquema, Amrabat, por sua vez, ainda não conseguiu vencer a dedicação de Bonaventura e Duncan ao papel.

Vlahovic é um capítulo à parte. Com 33 gols ao longo de 2021 e 16 neste campeonato, o sérvio (que guardou 21 na última Serie A e busca melhorar o feito) tem quase 50% dos tentos anotados pela Fiorentina. É natural que a equipe dependa muito de seu centroavante, que é capaz de, sozinho, dar trabalho a um sistema defensivo completo. No entanto, vale destacar que a evolução do camisa 9 também passa pela gestão de Italiano, pelo aporte conferido por Nico González, rapidamente adaptado à Velha Bota, e pela contribuição dos demais pontas, que cresceram de produção com o treinador.

Roma

José Mourinho, da Roma (Getty Images / OneFootball)

6ª posição. 19 jogos, 32 pontos. 10 vitórias, 2 empates, 7 derrotas. 31 gols marcados, 21 sofridos.
Time-base: Rui Patrício; Mancini, Cristante (Smalling), Ibañez; Karsdorp, Pellegrini, Veretout, Viña (El Shaarawy); Zaniolo (Shomurodov), Mkhitaryan; Abraham.
Treinador: José Mourinho
Destaque: Tammy Abraham, atacante
Artilheiro: Tammy Abraham, com 6 gols
Garçom: Jordan Veretout, com 5 assistências
Decepção: Gonzalo Villar, meio-campista
Expectativa: Vaga na Liga Europa

Quando a temporada começou, a torcida da Roma esperava mais. As suas expectativas sobre Mourinho, porém, parecem estar sendo atendidas. O técnico português já coleciona sete derrotas na Serie A – em dois anos pela Inter, somou oito –, mas o quão culpado ele é por conta dos muitos tropeços? Os romanistas são quase unânimes em absolvê-lo e nós tendemos a concordar com eles. Sem Mou, a Loba poderia estar em situação pior e, quiçá, fora da zona europeia. O Special One tem feito o possível para administrar situações complicadas e que não estavam dadas no início de sua gestão.

A Roma fez quatro (boas) contratações no mercado. Rui Patrício, Viña, Shomurodov e Abraham chegaram para terem minutos em campo e estão correspondendo. No entanto, o elenco tem sido assolado por problemas físicos, como o de Pellegrini, líder da equipe, e pela brusca queda técnica de diversas peças – vários jogadores foram barrados por Mourinho e outros podem sair, se receberem ofertas. Há ainda um grupo, com nomes como Mkhitaryan e Smalling, que o tuga vem tentando recuperar. Ciente de que os pecados originais desta Roma, cometidos na pré-temporada, não poderão ser sanados automaticamente, o Special One tenta responder às demandas dia após dia.

Na impossibilidade de revolucionar o plantel, algo que deve persistir mesmo com a curta e pouco facultosa janela de mercado de janeiro, Mourinho buscou soluções na base e através de improvisos. Afena-Gyan foi um achado feliz, assim como Zaniolo jogando como segundo atacante. De resto, o treinador fez ajustes táticos para superar a sequência sem vitórias em confrontos diretos contra grandes na Serie A e o vexame contra o Bodo/Glimt, pela Conference League, por exemplo. Estas situações foram contornadas com a primeira posição no grupo e uma atuação impactante contra a Atalanta – subitamente manchada por um empate caseiro com a Sampdoria. Para se manter firme na corrida por vagas europeias, é justamente esta irregularidade que a Loba precisa aplacar em curto prazo.

Juventus

Allegri, da Juventus (Foto: Marco Alpozzi/La Presse/Imago/One Football)

5ª posição. 19 jogos, 34 pontos. 10 vitórias, 4 empates, 5 derrotas. 27 gols marcados, 17 sofridos.
Time-base: Szczesny; Cuadrado (Danilo), Bonucci, De Ligt (Chiellini), Alex Sandro (Pellegrini); McKennie (Kulusevski), Bentancur, Locatelli, Rabiot (Chiesa); Dybala (Bernardeschi), Morata.
Treinador: Massimiliano Allegri
Destaque: Juan Guillermo Cuadrado, meio-campista
Artilheiros: Álvaro Morata e Paulo Dybala, com 5 gols
Garçons: Três jogadores, com 3 assistências
Decepção: Aaron Ramsey, meio-campista
Expectativa: Vaga na Liga dos Campeões

Dizem que a Juventus não tem padrão de jogo. Na nossa avaliação, isso é equivocado: o default da versão 2021/22 da equipe bianconera é jogar mal. Não importa que sistema Allegri escolha ou quais orientações ele dê para seus comandados. A Velha Senhora simplesmente não consegue produzir um futebol fluido ou eficiente, o que não estava previsto. Em toda a temporada, o único lampejo se deu na sólida vitória por 1 a 0 sobre o Chelsea, na Liga dos Campeões. Os outros pontos foram somados muito mais por imposição sobre adversários frágeis ou pelo aproveitamento de um contexto favorável em determinados momentos das partidas. Afinal, o time é quase estéril ofensivamente.

Se em praticamente nenhum momento esta Juventus mostrou atributos dignos de sua história, isso se deve a diversos fatores – inicialmente, a uma caçamba cheia de erros cometidos pela diretoria em tempos recentes. Se imaginava que Allegri fosse capaz de atuar como para-raios, absorvendo os atritos extracampo e impedindo que eles influenciassem na performance do time, cujo elenco tem 14 remanescentes de sua primeira passagem pelo Piemonte. Contudo, os problemas da gestão de Andrea Pirlo continuam: temos visto peças questionáveis que habitam todos os setores e, por vezes, vagam como almas penadas. São jogadores que já contribuíram bastante para a própria gigante italiana, como Alex Sandro, Bentancur e Morata, mas que vivem um período tecnicamente nefasto. Outros, como Rabiot e Arthur, sequer deveriam ser considerados.

Há de se avaliar, ainda, que os bianconeri se ressentem dos problemas físicos que acometeram Chiesa e Dybala, da já longeva dificuldade de adaptação de Kulusevski e das bombas que Locatelli tem que desarmar quase sozinho no meio-campo da equipe. Todos estes deveriam ser referências do time pensado por Allegri, mas ficam devendo pelos motivos já citados. O treinador não tem tantas peças que desejaria para fazer a Juventus vencer novamente, como em sua primeira experiência em Turim, e sequer está sendo feliz em se adaptar ao que tem em mãos. Uma das poucas certezas nesse cenário obscuro tem sido Cuadrado, justamente o mais versátil dos jogadores da Velha Senhora. Muito pouco.

Atalanta

Duván Zapata, da Atalanta (HENNING BAGGER/Ritzau Scanpix/AFP via Getty Images/OneFootball)

4ª posição. 19 jogos, 38 pontos. 11 vitórias, 5 empates, 3 derrotas. 38 gols marcados, 24 sofridos.
Time-base: Musso; Demiral (Rafael Toloi), Palomino, Djimsiti; Zappacosta (Hateboer), De Roon, Freuler (Koopmeiners), Maehle (Gosens); Malinovskyi (Ilicic), Pasalic (Pessina); Zapata (Muriel).
Treinador: Gian Piero Gasperini
Destaque: Duván Zapata, atacante
Artilheiro: Duván Zapata, com 9 gols
Garçom: Mario Pasalic, com 5 assistências
Decepção: Luis Muriel, atacante
Expectativa: Vaga na Liga dos Campeões

A versão 2021/22 da Atalanta de Gasperini é a menos brilhante e a mais problemática. Mas também é a mais madura. E, por essa maturidade, a equipe conseguiu competir em alto nível mesmo se os resultados nos grandes jogos não tenham sido os melhores – venceu apenas Juventus e Napoli –, que Muriel não venha sendo nem sombra do que atacante que foi no biênio anterior e que as lesões tenham acometido jogadores como Djimsiti, Hateboer, Gosens e Pessina.

Zapata e, em menor medida, Malinovskyi, Ilicic e Pasalic, seguraram as pontas para a Dea durante esses meses de atuações opacas ou medianas – na Serie A, a equipe nerazzurra só entregou momentos brilhantes nas supracitadas vitórias sobre juventinos e napolitanos e nos dominantes triunfos sobre Empoli e Venezia. Mais importantes do que o nível de atuação eram os pontos e estes foram conquistados. Inclusive, a Dea atingiu a maior pontuação de sua história a esta altura do certame.

O bom aproveitamento no primeiro turno, impulsionado por um ótimo desempenho como visitante, anima a torcida nerazzurra. Afinal, tradicionalmente, os times de Gasperini costumam render mais na segunda metade da temporada, quando atingem o auge físico. Outros bons augúrios são o retorno de Gosens, previsto para o fim de janeiro, e o momento crescente do talentoso Koopmeiners, que já começa a mostrar adaptação ao sistema dos bergamascos e tende a ganhar mais espaço no onze inicial.

Napoli

Victor Osimhen, do Napoli (Imago / OneFootball)

3ª posição. 19 jogos, 39 pontos. 12 vitórias, 3 empates, 4 derrotas. 35 gols marcados, 14 sofridos.
Time-base: Ospina; Di Lorenzo, Rrahmani, Koulibaly (Juan Jesus), Mário Rui; Anguissa (Lobotka), Ruiz; Lozano (Politano), Zielinski (Elmas), Insigne; Osimhen (Mertens, Petagna).
Treinador: Luciano Spalletti
Destaque: Kalidou Koulibaly, zagueiro
Artilheiro: Quatro jogadores, com 5 gols
Garçom: Piotr Zielinski, com 5 assistências
Decepção: Kostas Manolas, zagueiro
Expectativa: Vaga na Liga dos Campeões

O primeiro turno do Napoli pode ser dividido em duas partes: aquela em que Spalletti teve todo o elenco à disposição e a mais atual, em que o plantel se vê assolado por lesões. Com força total, o treinador conduziu os azzurri a um início onírico de Serie A, com oito vitórias seguidas e 12 jogos de invencibilidade. Depois, privados de peças como Osimhen, Koulibaly, Anguissa e Insigne, os partenopei viram o seu rendimento despencar: de 88,9% no período em que foi imbatível para 33,3% nas sete rodadas finais de 2021.

Apesar dessa queda brusca, o saldo da gestão de Spalletti é bastante positivo. O Napoli tem a melhor defesa do certame, compete muito bem com um meio-campo que gosta de ter a bola e sabe pressionar, e ainda funciona bem coletivamente – uma prova disso é que tem quatro jogadores empatados na artilharia, com cinco gols marcados. É um time muito superior ao deixado por Gennaro Gattuso, que tinha praticamente as mesmas peças à disposição.

O futebol mostrado pelo Napoli em sua sequência de vitórias fez com que muitos colocassem os azzurri na lista de candidatos ao título. O feito ainda é possível, mas vale destacar que o objetivo real do presidente Aurelio De Laurentiis é a vaga na Champions League – muito mais plausível e abordável. Um termômetro para as reais ambições e limites do time partenopeo será o desafiador calendário de partidas de janeiro e fevereiro, que a equipe terá de encarar sem quatro jogadores importantes, que disputarão a Copa Africana de Nações.

Milan

Fikayo Tomori, do Milan (Imago / OneFootball)

2ª posição. 19 jogos, 42 pontos. 13 vitórias, 3 empates, 3 derrota. 40 gols marcados, 22 sofridos.
Time-base: Maignan (Tatarusanu); Calabria (Florenzi, Kalulu), Tomori, Romagnoli (Kjaer), Hernandez (Ballo-Touré); Tonali (Bennacer), Kessié; Saelemaekers, Díaz (Krunic, Junior Messias), Rafael Leão (Rebic); Ibrahimovic (Giroud).
Treinador: Stefano Pioli
Destaque: Fikayo Tomori, zagueiro
Artilheiro: Zlatan Ibahimovic, com 7 gols
Garçom: Theo Hernandez, com 4 assistências
Decepção: Tiemoué Bakayoko, volante
Expectativa: Título

Durante o primeiro turno, o Milan fez o que dele se esperava. Bem treinado por Pioli, o time rossonero competiu em alto nível e mostrou momentos de muita solidez, quando a zaga formada por Tomori e Kjaer, auxiliada por um crescente Calabria, guardou a meta do seguro Maignan – ou de Tatarusanu, que assumiu o posto durante o período em que o francês ficou de molho. Em sua melhor fase, a equipe teve confiança suficiente para superar a Atalanta em Bérgamo e virar um jogo difícil contra o Verona, por exemplo. O Diavolo ainda pode acompanhar a evolução de Saelemaekers e Rafael Leão, hoje tão importantes quanto Ibrahimovic e Giroud.

Por outro lado, a volta oscilante de Díaz após a covid-19, a grave lesão de Kjaer e os problemas particulares de Kessié, que emendou atuações negativas ao colocar em xeque a sua renovação contratual, influenciaram negativamente em algumas prestações do Diavolo de novembro em diante. Foi justamente nesse momento claudicante que a Inter conseguiu ultrapassá-lo. Mesmo assim, a distância de quatro pontos, com um confronto direto pela frente, é administrável.

A bem da verdade, o grande objetivo do Milan é se classificar novamente à Champions League. Contudo, a proximidade da rival e o fato de ter sempre estado no G4 – inclusive, tendo liderado o campeonato por algumas rodadas – impulsionam a torcida a pedir por mais. Sobretudo porque, na segunda metade da temporada, os rossoneri não estarão envolvidos em competições europeias. Por outro lado, os desfalques de Bennacer, Kessié e Ballo-Touré por conta da Copa Africana de Nações, num mês em que o Milan encara Roma, Juventus e Inter, podem atrapalhar os planos. Nesta fase decisiva da campanha, a evolução de Tonali será posta à prova.

Inter

Simone Inzaghi, técnico da Inter, e Marcelo Brozovic (Imago / Onefootball)

1ª posição. 19 jogos, 46 pontos. 14 vitórias, 4 empates, 1 derrota. 49 gols marcados, 15 sofridos.
Time-base: Handanovic; Skriniar, De Vrij, Bastoni; Darmian (Dumfries), Barella, Brozovic, Çalhanoglu, Perisic (Dimarco); Martínez (Correa, Sánchez), Dzeko.
Treinador: Simone Inzaghi
Destaque: Hakan Çalhanoglu, meio-campista
Artilheiro: Lautaro Martínez, com 11 gols
Garçons: Nicolò Barella e Hakan Çalhanoglu, com 7 assistências
Decepção: Stefano Sensi, meio-campista
Expectativa: Título

Uma nuvem de pessimismo pairava sobre a Inter no início da temporada. Havia razões para isso, já que craques como Lukaku e Hakimi haviam deixado a Pinetina e Dzeko e Dumfries, apesar de bons jogadores, não têm o mesmo nível dos antecessores. O mesmo valia para o comando: Antonio Conte, multicampeão, era uma certeza; Simone Inzaghi, uma aposta. Por enquanto, este é um desafio vencido pela diretoria, como todos os outros que, por contingência, tiveram de ser encarados pelos nerazzurri no último verão europeu.

Inzaghi melhorou a Inter? Ainda não dá para dizer. Certamente, o time é mais ofensivo e os jogadores têm mais liberdade de tomarem decisões, em contraponto aos planos de jogo bem definidos por Conte, que deviam ser seguidos à risca pelos atletas. A previsibilidade que o atual técnico do Tottenham pede, ao contrário do que o senso comum pode fazer crer, é desejável para equipes vencedoras. Em 2020/21, a Beneamata sabia quando ia vencer e como ia vencer. Hoje, esse aspecto é menos presente – ainda que a confiança adquirida pelo elenco após a conquista do scudetto o mantenha vivo. Para o entretenimento, o imponderável é um bônus, mas às vezes ele favorece ao adversário.

O treinador interista parece ter entendido isto. Antes, a sua Inter animada perdia muitos gols e, em lapsos, permitia que rivais crescessem em campo. Foi assim na derrota para a Lazio, na suada vitória sobre o Sassuolo e nos empates com Sampdoria, Atalanta, Juventus e Milan, por exemplo. Com o amadurecimento do trabalho, a Beneamata evoluiu neste aspecto, impulsionada pela segurança de seu trio defensivo, a eficiência dos alas, a fleuma de Brozovic e as magias de Çalhanoglu, Martínez e Dzeko. Os triunfos sobre Napoli e Shakhtar Donetsk, na mesma semana, foram capazes de gerarem uma reviravolta positiva na campanha nerazzurra. Os primeiros sucessos em grandes jogos – um deles, valeu a vaga nas oitavas de final da champions League – em 2021-22 fizeram os atletas se lembrarem de que eles podem esmagar certos adversários e de que o favoritismo em solo italiano ainda está do lado azul e preto de Milão.



Fonte: Trivela....from Trivela https://ift.tt/3sKQPIX
via IFTTT