Às vésperas do início da Superliga edição 2021/2022, sócios do Minas Tênis Clube se dirigiram à sede do clube na manhã deste sábado para protestar contra a demissão do central Maurício Souza, que teve o seu contrato rescindido na quarta-feira, depois de ter feito postagens consideradas homofóbicas em suas redes sociais.

Além de demonstrarem apoio ao jogador, os manifestantes cobraram maior participação nas decisões tomadas pela diretoria do clube - foi estendida uma faixa com a frase: "Minas Tênis Clube, todos os associados têm que ter vez e voz". Os protestos ocorreram horas antes da estreia na equipe na principal competição de vôlei do País. Na noite deste sábado, às 20h, o Minas recebe o São José, no ginásio da Rua da Bahia, em Belo Horizonte.

Demonstrações de apoio a Maurício também têm acontecido nas redes sociais. Ainda na manhã deste sábado, o central fez nova publicação agradecendo por ter alcançado 2 milhões de seguidores - no início da semana, o jogador tinha menos de 300 mil. "A força de uma sociedade saturada pela injustiça e coerção. Somos dois milhões. Obrigado meu povo pelo apoio e carinho comigo e com minha família. Seguimos firmes com Deus na frente", escreveu Maurício na publicação.

"Eu sou apenas um símbolo da indignação das pessoas da imposição que foi colocada de que você não pode dar a sua opinião e de não poder discordar de certas situações. Isso foi um divisor de águas. As pessoas não vão mais suportar esse tipo de pressão. Elas vão se juntar e se levantar para que isso não aconteça com mais pessoas. Porque, hoje, acontece comigo, mas amanhã pode ser com você", afirmou o jogador, também na manhã deste sábado, em vídeo publicado nos stories.

O CASO - Maurício Souza foi demitido do Minas Tênis depois de ter feito uma publicação de teor homofóbico. Na postagem, que foi o estopim da polêmica que se estendeu por toda a semana, o atleta critica um desenho que retrata o filho do Superman beijando outro homem. "É só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar…", escreveu o jogador.

A postagem, feita no dia 12 de outubro, recebeu críticas do público e, principalmente, da comunidade LGBTQI+. O ponteiro Douglas Souza, também jogador de vôlei e colega de seleção de Maurício, foi um dos que repudiaram a publicação.

A pressão chegou ao clube e aos patrocinadores do Minas, que decidiram pela rescisão do contrato do atleta. Antes, contudo, Maurício foi afastado e recebeu a chance de se retratar nas redes sociais pelo ato. O pedido de desculpas até foi feito, mas o atleta voltou a ser criticado por demonstrar resistência e pouco convencimento no gesto. No mesmo dia, o Minas anunciou o desligamento do central do clube e o treinador da seleção brasileira de vôlei, Renal Dal Zotto, afirmou que as portas da seleção estão fechadas para pessoas homofóbicas.

Desde então, Maurício Souza tem usado as redes sociais para reafirmar o seu posicionamento e agradecer aos seguidores que o apoiam. Nesta sexta-feira, em uma entrevista para o canal Pilhado, do YouTube, o jogador afirmou que, em breve, vai fechar com uma nova equipe para a temporada.

Estadão Conteúdo

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